A candidatura da lista C de representantes dos estudantes ao Conselho Geral é dinamizada pelo movimento Agir e tem como objectivo a defesa dos direitos dos estudantes face aos ataques neoliberais dos sucessivos governos, em especial o governo PS/Sócrates, ao ensino superior público.
O valor exorbitante das propinas e a progressiva substituição de bolsas por empréstimos bancários, tudo isto agravado pela crise económica colocam muitos estudantes numa situação limite empurrando-os para fora das universidades (recordo o caso de 20 alunos da Universidade da Beira Interior necessitam do apoio do Banco Alimentar contra a fome e os 2000 alunos que abandonaram a UM em 2006/2007 por não poderem pagar as propinas, palavras do nosso reitor).
Quando o Orçamento de Estado deste ano tem uma atribuição para a UM de apenas 98% em relação ao orçamento de 2002 revela o interesse dos sucessivos governos em empurrar o ensino superior público para o sector privado, se a isto acrescentarmos que as propinas representam 11% desse valor estamos perante um acto consciente do Governo PS/Sócrates em obrigar as instituições a venderem-se aos interesses dos empresários e a empurrar os jovens que não têm capacidade económica para forma da universidade, elitizando por completo o ensino.
Não aceitamos nem esta política nem a inacção daqueles que gerem a UM no terreno, acabando coniventes e gestores locais dessa mesma política privatizadora. Não aceitamos o fecho da UM enquanto acto de gestão, antes vemos que o fecho como uma decisão democrática dos seus corpos em luta contra este Governo.
A lista C de estudantes, defenderá e proporá no Conselho Geral o seguinte:
-Redução imediata das propinas para o seu valor mínimo legal, lutando sempre pelo fim das mesmas.
- Exigência ao Governo de orçamentos que aumente a qualidade do ensino e garantam a progressiva gratuitidade.
- Fiscalizará ao milímetro os gastos da UM e discuti-los-á publicamente com os seus colegas.
O movimento AGIR sempre denunciou que o RJIES retirou representatividade aos estudantes e funcionários diminuindo a democracia nas universidades e criando Conselhos Gerais que são a porta de entrada de interesses económicos que submetem o saber ao lucro financeiro sem considerarem a qualidade do ensino e remetendo cada vez mais os recém licenciados para a precariedade. Conhecemos, já, alguns exemplos dos representantes externos em algumas universidades portuguesas e conhecemos o anterior órgão consultivo da UM de membros externos que agora terão poderes deliberativos no Conselho Geral.
Somos terminantemente contra a existência de membros externos nos órgãos de gestão da Universidade. As decisões devem ser tomadas num órgão que represente democraticamente os corpos orgânicos que integram a comunidade universitária.
Achamos indigno que senhores e senhoras responsáveis por crimes sociais, e por muito do desemprego e precariedade, e por buracos financeiros pelos quais estamos todos a pagar, agora em Portugal, sejam nomeados para o governo da UM e submeter o nosso saber, o nosso conhecimento, a nossa formação e o nosso estudo a esses mesmo ditames.
A lista C de estudantes no Conselho Geral:
- Opor-se-á à nomeação de personalidades externas que têm como objectivo a subjugação da UM aos seus interesses particulares.
- Bater-se-á contra a influência mercantilista dos membros externos no Conselho Geral.
O movimento AGIR tem vindo a denunciar as práticas de medo e anti-democráticas a que os agentes da UM estão sujeitos pelo poder instalado nas estruturas de governo da UM e na AAUM. Nós mesmo temos sido alvo de ataques censórios e persecutórios. Já nesta eleição tentaram excluir a nossa lista com argumentos e "entendimentos" que se vieram a revelar despojados de fundamento. Achamos, ainda, estranhíssimo que o Reitor tenha incluído na comissão eleitoral em representação dos estudantes um colega que presidiu à comissão eleitoral das eleições para a AAUM, quando esta foi completamente parcial ao apoiar a lista do poder e tentou por todos os meios impedir a participação democrática da lista que o AGIR apresentou na altura. Para nós não há coincidências! Como também não achamos coincidência a marcação das eleições para os órgãos da universidade em tempo carnavalesco e de fim de exames, não querem discutir com a comunidade os problemas da UM.
Nos últimos anos são impedimentos de reuniões, sonegar de informação exposta, por cartazes ou faixas, intimidação aos funcionários e alunos, o regime tipo centro correccional a que os colegas estão sujeitos nas residências, promiscuidade nas relações entre órgãos de gestão e fiscalizadores, censura a professores por expressão livre na internet e inclusive ditar as actividades extra-académicas de professores. Inenarrável!
A lista C de estudantes no Conselho Geral:
- Continuará a sua luta pela democracia e liberdade de expressão na instituição PÚBLICA que é a UM.
- Proporá a disponibilização gratuita de espaços para reuniões e actividades, sujeitos a regu-lamento justo e ponderado, que os estudantes, funcionários, investigadores e professores da UM realizem.
- Denunciará toda e qualquer forma de pressão intimidatória de liberdades e garantias.
A acção social na UM está pelas ruas da amargura, a privatização de cantinas e reprografias com consequente abaixamento da qualidade do serviço. A vivência nas residências é um horror, somos tratados como criminosos, delinquentes e ignorantes. Não pode haver convívio, a invasão dos quartos por funcionários é frequente, a intimidação por sugestão ou queixas é constante, as cozinhas constroem-se mas não podem ser utilizadas, um chorrilho de situações que garantem apenas o poder daqueles que lá estão e não a qualidade subjacente ao nosso sucesso escolar e formativo.
Depois temos a implantação do Processo de Bolonha para o qual alertamos antes de entrar em vigor. Este processo veio trazer a desqualificação dos ciclos de ensino através da divisão das licenciaturas em 2 ciclos de estudos atirando os estudantes para o mercado de trabalho em condições de precarização. Bolonha aumentou também a carga horária e de trabalho dos estudantes impossibilitando a participação dos estudantes em outras actividades sejam elas culturais, desportivas ou mesmo participação democrática na vida das universidades. Um dos grupos de alunos mais afectados com esta situação são os trabalhadores estudantes pois não existe um verdadeiro estatuto de trabalhador estudante não havendo uma verdadeira compatibilidade entre o horário de aulas e o horário laboral.
A lista C de estudantes no Conselho Geral:
- Lutará por uma formação geral de cada curso, recusando o ensino como veículo para a precarização.
- Que todos os cursos tenham os segundos ciclos integrados.
- Disponibilizar recursos da universidade para actividades não profissionalizantes, tais como, intervenção cívica, criação e exposição cultural e desporto universitário.
- Dinamização dos campi para fins não académicos como o fornecimento de salas ou anfiteatros para debates ou apresentações publicas, organização de concertos ou exposições artísticas, incentivando a participação da comunidade académica e da sociedade em geral.
- Diminuição do preço das residências.
- Garantia do direito dos estudantes moradores nas residências à privacidade no seu quarto.
- Criação de infra-estruturas para que os estudantes possam cozinhar na residência.
- Apoio no financiamento dos transportes entre os campi.
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O quê??
ResponderEliminarUm grupo de estudantes a questionar o que quer que seja?? E logo na cidade dos bispos???
Mas só pela coragem merecem todo o meu apoio!
Gosto muito das vossas propostas, concordo que contra uma crise, também nas Universidades, das direitas, surjam propostas de ESQUERDA. As vossas são de ESQUERDA e são essas mesmas as necessárias.
Não temam essas forças autistas que contra todas as evidências tentam manter o que já começou a ruir. Eu já não ando na Universidade, mas no meu tempo, também tentei fazer algo, e de tudo vi para impedir que os estudantes fizessem algo, fiéis às suas consciências.
E eis que passados 14 anos aquela criatividade do conservadorismo continua bem activa, parece que não passou tempo algum, parece que ainda vivemos num sistema dinástico. Mas não vivemos, e precisamos de pessoas que lutem pelo que é justo, por um país que cumpra a sua constituição, que seja o que diz ser.
Por isso daqui de Trás-os-Montes, de trás de muita coisa aliás, digo:
São precisos ESTUDANTES como vós por todo o lado!
post scriptum: se preciso for ainda volto à universidade... ganhar é que eles não ganharão!
FORÇA, orgulho de uma geração, FORÇA!